Projecto Woman on boards

Woman on boards: Mulheres nos Órgãos de Gestão das Empresas: Uma Abordagem Integrada

DESCRIÇÃO

O tema deste projeto assume particular relevância e atualidade na sociedade portuguesa, dada a sub-representação de mulheres nos órgãos de gestão das empresas e a proposta de lei que estabelece o regime de representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração (CA) e fiscalização do setor público empresarial (central e local) e das empresas cotadas em bolsa (aguardada para Janeiro de 2018). De acordo com dados estatísticos referentes a 2016, as mulheres representam apenas 8% dos membros dos CA das 500 maiores empresas, 14% no caso das maiores empresas cotadas em bolsa e 26% no universo do setor empresarial do estado (média dos valores referentes a empresas sob a tutela do governo central e municipais).
Este será o primeiro estudo compreensivo sobre mulheres nos órgãos de gestão das empresas, ancorando-se numa abordagem integrada. O estudo procura, desde logo, contribuir para o avanço do conhecimento a partir da integração de contributos da Sociologia, dos Estudos de Género, da Gestão e das Finanças, e da articulação entre métodos de investigação qualitativos e quantitativos. Procura, ainda, triangular os níveis de análise macro, meso e micro. Depois, está concebido para integrar “inputs”, processos e resultados; ou seja, além da caracterização exaustiva do perfil dos membros (“inputs”) dos órgãos de gestão das empresas abrangidas pela Lei, procurará apreender se o equilíbrio numérico é gerador de uma maior igualdade – quer nas dinâmicas sociais inerentes ao funcionamento dos órgãos de gestão (“processos”), quer no alcance dos respetivos resultados (“outcomes”). A igualdade de género pode ser aferida a partir de vários parâmetros; neste estudo, procura-se atender: ao grau de influência exercido por mulheres e homens relativamente a matérias operacionais, estratégicas e de supervisão; à igual oportunidade para ocupar cargos executivos, o lugar cimeiro (presidência) e outros cargos de gestão proeminentes; e à oportunidade de ampliar o capital social e de obter iguais recompensas financeiras (incluindo na sua componente variável). Relativamente aos resultados, procurar-se-á compreender quais os efeitos de um maior equilíbrio de género na revisão das políticas, processos e práticas das respetivas empresas, no sentido da promoção de modelos de organização e de culturas de trabalho inclusivas do ponto de vista do género. Procurar-se-á também compreender de que modo é que as representações sociais de género estão incrustadas (“embedded”) no mercado de capitais, observando a reação dos mercados ao novo enquadramento legal, a partir da metodologia “event study”. Por último, visa integrar a teoria, a evidência empírica, as políticas e as práticas sociais através da institucionalização de um “think tank”. Este envolverá actores-chave (“stakeholders”) na definição de recomendações, soluções e estratégias para promover e consolidar a igualdade de género nas empresas e na sociedade portuguesa.

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FINANCIAMENTO

FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia

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