Estudos Experimentais

Coordenação

Rafael Marques (SOCIUS)

Sobre

Actualmente, evidencia-se uma mudança comportamental em muitas das disciplinas no domínio das Ciências Sociais. Desde a década de 1990, deu-se uma nova orientação da investigação apoiada por uma preocupação metodológica com mecanismos causais e dispositivos analíticos, no sentido de uma renovação da importância do enquadramento cognitivo e dos instrumentos decisórios e, também, pela preocupação com o desenvolvimento da simulação. Isso foi fundamental para a aplicação de métodos experimentais para avaliar previsões teóricas de comportamento social e económico.

Em contraste com o empirismo tradicional, que depende da observação de decisões em ambientes naturais, as abordagens experimentais buscam controlar factores causais para proporcionar melhores condições de comparação entre situações. Os sujeitos humanos recebem um conjunto de regras pelas quais se devem comportar e interagir uns com os outros (geralmente através de um programa de computador), e os pagamentos em dinheiro com base nos resultados das suas escolhas incentivam-nos a comportar-se como deveriam numa situação real. O comportamento dos sujeitos é então analisado para avaliar os efeitos dessas regras sobre seu comportamento. Essas experiências servem uma série de propósitos, incluindo: 

  • Testar (e testes de stress) teorias sociais e económicas; 
  • Fornecer informações sobre os efeitos das regras e sistemas organizacionais propostos, bem como das políticas públicas; 
  • Facilitar o design de instituições e agências reguladoras, permitindo uma comparação directa de instituições alternativas em ambientes idênticos; 
  • Ensinar conceitos para estabelecer o público, permitindo-lhes experimentar activamente forças sociais e económicas no trabalho; 
  • Criar novas ferramentas pedagógicas para o público universitário.

Além disso, a abordagem experimental complementa estudos de campo tradicionais, sob a forma do controlo que o ‘experimentador’ exerce sobre a ordem social. Até porque, ao longo dos últimos anos tem havido um grande interesse no uso de ferramentas comportamentais para a personalização de políticas públicas e no design de serviços na administração pública – que é uma importante área de pesquisa dentro da CSG.

Tendo em mente que a metodologia de pesquisa experimental ganhou uma expressão significativa no número de artigos publicados em revistas de prestígio, especialmente em economia experimental, teoria dos jogos, psicologia cognitiva e áreas de marketing, uma instância de laboratório facilitaria o desenvolvimento de investigações inovadoras e significativas num centro multidisciplinar como o CSG.

Esta linha temática será ancorada no XLab recentemente criado, uma infra-estrutura de investigação que começará a operar no ISEG em 2019, no âmbito do PASSDA, um consórcio liderado pelo ICS/Universidade de Lisboa, com o objectivo de produzir e arquivar dados da ciência social. Espera-se que, o CSG e outros investigadores do ISEG se posicionem entre os principais utilizadores do XLab, que está concebido para se tornar um centro de pesquisa e colaboração em áreas que vão desde Economia e Sociologia até Psicologia, Marketing, Planeamento Estratégico e Comportamento Financeiro.

XLAB – Behavioural Research Lab

+iNFO

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